Devo ser..

Minha foto
Aracaju, Sergipe, Brazil
Uma jovem e observadora Jornalista a descobrir os próprios caminhos. Amante dos mais simples detalhes e singelezas da vida, das artes e dos amores, em busca de evolução pessoal.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Encontros

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", já dizia Vinicius.

O difícil é saber reconhecer a hora certa de valorizar os encontros preciosos que a vida nos proporciona. Acho que isso só é possível quando já passamos por graves desencontros ou encontros desagradáveis, que às vezes julgamos dispensáveis, ou consideramos que de nada nos serviram, além de nos subtrair a alegria. Mas isso não é verdade.

Eles têm a grande serventia de nos ensinar muitas coisas, inclusive a fixar parâmetros que nos levam a “errar” menos, e a reconhecer a importância dos encontros venturosos: aqueles mágicos e surpreendentes com pessoas que, sem fazer esforço, ao invés de nos trazer somente embriaguez e cegueira desmedidas (que sempre passam), têm o dom de nos trazer paz e nos fazer felizes.

E o melhor dos encontros é que eles se caracterizam sozinhos. Emitem sinais claros de que estão nos fazendo ou um bem inesperado e, por isso, às vezes assustador; ou um mal insistente e, por isso, às vezes acomodado. Nos falta é clareza para identificar em qual dessas situações estamos, e às vezes forças para nos livrar de costumes sentimentais fixados, ainda que não nos façam mais bem há algum tempo. Sim, porque até com a dor a gente se acostuma. É.. a ideia de mudança é sempre assustadora, porque as transições são quase sempre complicadas, sobretudo quando ocorrem internamente.

Já passei por muitos desencontros e dolorosos períodos de solidão. Sobrevivi a grandes tempestades e rompantes de tristeza e desilusão. Mas hoje, graças a cada uma das minhas decepções, consigo distinguir com clareza meridiana o que deve fazer parte da minha vida e o que deve ser apenas passado, ainda que às vezes relembrado, dentro daquelas caixinhas que a gente guarda no peito para sempre..

Resistência a mudanças todo mundo tem, mas o que eu não tenho mais é dificuldade em aceitar as mudanças que precisam ser processadas dentro de mim, nem medo de empreender esforços para isso quando considero a beleza e a validade da causa.

Agradeço a Deus por ter chegado esse momento.
Enfim.. Paz.



sábado, 18 de dezembro de 2010

Dolente

É. Há dias em que a dor é tão grande dentro do peito que a gente repete infinitas vezes a mesma música, simplesmente porque a dor dói um pouco menos quando embalada por aquela melodia calma, tranqüilizante e que, de certa forma, mantém a causa da dor ali, pertinho de você.. Mas de uma forma que te conforta um pouco. Esses acordes te lembram momentos que você não quer esquecer, porque tem que haver algo bom dentro de você que amenize tudo de ruim que está sentindo.

Sim, porque na vida acomoda-se até uma dor latente e que arde na alma. Aliás, acomoda-se tudo: passados, traumas, dores, felicidades, comportamentos viciados, sorrisos, lembranças.. e o difícil mesmo é ter sabedoria para decidir o que devemos acomodar ou não.

Há dias em que, mesmo o tempo passando, você não consegue fazer passar um pensamento que, ainda que doloroso, te mantém próximo a algo do qual você não quer se separar. Tudo bem se isso te provoca mal estar, dor de estômago ou amargor na boca.. Está bem se aquilo te causa uma revolta imensa e até te leva a verter sofridas lágrimas. É o preço que se paga por não conseguir ou querer deixar o pensamento ir-se embora.

Em alguns momentos, inclusive, um rompante de otimismo te arrebata e um friozinho percorre o peito, em direção ao estômago, e até consegue te arrancar um suspiro aliviado, em meio a um discreto sorriso.. Mas isso não dura muito porque a dor é tamanha que logo reaparece, reinante, para te lembrar que, sim.. parece que tudo está perdido. Não há motivos para otimismo. Nada está em suas mãos, além da escolha de deixar ou não o tal pensamento evadir.

Há dias em que a gente se pergunta por que as pessoas agem como agem e por que o ser humano insiste em escolher caminhos tortuosos na vida, que lhe dificultam e bloqueiam a evolução pessoal. A gente questiona até o Plano Sublime sobre por que razão precisa estar no meio da confusão alheia e como é que pode, mesmo a gente adotando tantos atos positivos e cheios de amor e de carinho, ainda receber em troca tanta dor e sofrimento.. E porque não encontramos subterfúgio capaz de saná-las..

Nesses dias, a única coisa que se consegue é ficar ali encolhidinha no canto.. Só o que se pode fazer é tentar aninhar a tal da dor no peito - com música ou sem música, com otimismo ou sem - só pra ver se ela agora machuca de uma forma diferente, quem sabe até um pouquinho menos dolente...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tristesse

“E quando um frio invade a alma e arrepia a espinha?”, pensou. Nada que digo parece ser ouvido. Brado algum ecoa no ar que respiro... tampouco atinge o alvo em que miro. E então vem a sensação de impotência diante da inércia e apatia reinantes... não minhas, mas de outrem. Escolhas conscientemente erradas, baseadas num equivocado passado que teima em não passar - talvez porque não o deixem mesmo ir.

“Se bem soubessem do vazio que impera e que me traga para dentro de um buraco negro de solidão e revolta... onde não há oxigênio, onde quase morro de falta de ar...”, disse ela. Porque queria sentir o sangue correr pelas veias, o coração pulsar mais forte e um chacoalhar que me dissesse que não, eu não morri... ainda. “Posso e devo ser ouvida e entendida, aceita e atendida. Mas, enquanto isso não acontece, o que me resta?”.


A resposta surgiu como um tímido e suspirado sussurro: "Lamentar e escrever".


domingo, 14 de novembro de 2010

Súplica a Yansã

Ardentes como as quentes areias terrenas 
Pairam no ar dúvidas que jamais pensei
Brisas me aliviam as maçãs, já morenas
E anunciam ventanias que jamais busquei

Na imensidão do mar azul, mensagem.

Onde afogo profundos pensamentos meus
À mãe Yansã, após justa homenagem,
Peço alegria em cada triste adeus

Que Ela domine as cruéis tempestades

Que porventura me estejam a circundar
E governe rajadas de raios e luzes
Para afastar todo o mal que se me aproximar

Se me ouvindo 
estiveres, aguerrida guerreira
Concede-me a força, a coragem e o poder
Que te fazem tão bela, altiva e fagueira
Que nem Xangô e Ogum lhe puderam conter

Empunha a adaga e o chicote cintilante

Protege-me e guia-me nas escolhas vitais
Dá-me sabedoria e a tua graça vibrante
Epahei Oyá! E Axé a todos os Orixás!

domingo, 15 de agosto de 2010

Domingos



Os domingos são quase sempre dias que começam engraçados e terminam depressivos. Já notaram? No início, sempre se imagina um dia inteiro de afazeres diferentes dos da semana inteira, o que já os pressupõem mais legais e divertidos, obviamente. Mas o dia vai passando, a preguiça vai se instalando... NADA vai acontecendo... 

E quando chega aquele famigerado fim de tarde, quando não se abrem tantas possibilidades e até a esperança já desistiu de reinar, você escuta o som do Domingão do Faustão da TV do vizinho e pensa: “Meu Deus! Que domingo péssimo!”. É quando, contrariando todas as leis do universo, você agradece a Deus pela iminente chegada da segunda-feira. 

Quem merece?!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Escolha

É difícil reconhecer... é quase impossível perceber o que não se mostra... Mais complicado ainda é manter posturas inabaláveis quando se permite ser compreensiva demais, ou quem sabe ingênua e romântica demais. Tenho apenas 24 anos e, ao longo desse tempo, convivi com aprendizados cruéis dentro de mim mesma - nem sempre causados pela vontade, mas quase sempre pela falta de vontade alheia. Não fui a única, eu sei. Mas a sensação de solidão sempre me assustou, e só posso falar por mim. Tento não travar batalhas com ela. Ao contrário, busco ser amiga, como uma forma de juntar-me ao que não posso combater. Sei também que sou forte. Sim, sempre fui e serei. Lá no fundo, guardo a força dos 300 de Esparta. Só não queria precisar usá-la tanto. Por que será tão difícil ter uma vida leve e o coração tranqüilo?

Não me incomodo em conviver apenas com a minha essência, mas confesso que meu carinho e cuidado comigo mesma, apesar de grandes, não me bastam, e ter somente diálogos internos não me distrai tanto. A vida tem que ser mais emocionante! Preciso ter outras pessoas com quem me preocupar, historias e mundos para me envolver! Além disso, sempre terei o prazer do ‘autoconvívio’, independente de estar só comigo ou não. Quando precisar e desejar o isolamento, posso reservar um tempo para isso. É importante também, assim como o silêncio, a pausa, a reflexão e a evolução pessoal dele decorrentes. Mas gosto de estar rodeada de pessoas, de risos, de afeto, de interações sociais e, sobretudo, de AMOR. Será que ainda se sabe o que é isso?

Essa coisa toda de autossuficiência que marca os tempos modernos - e é pregada pelo mundo afora - pode parecer fazer todo sentido, mas, apesar de ser apontada por muitos como a realidade que deve ser encarada, para pessoas como eu é apenas algo surreal e distante. Não vou nem dizer que, em alguns casos, apenas mascara a incapacidade de amar e de se doar de certas pessoas, como um egoísmo disfarçado, uma indisposição ao desapego ao seu próprio mundo e à permissão para o compartilhamento. As pessoas precisam aprender a respeitar as soluções de cada um. Generalizações quase sempre são perigosas e injustas, como já se sabe. Entendo que nem todo mundo reage da mesma forma aos mesmos estímulos e é por isso que vivo acreditando que a beleza da diversidade – ironicamente, tão apregoada pelos que defendem o estilo de vida autossuficiente - também se manifesta no campo das emoções. Acho feio que qualquer um seja condenado por ser romântico ou por sonhar com o “amor da sua vida”. Da mesma forma, acho péssimo que se julgue uma pessoa simplesmente por lutar pelo que o seu coração deseja, ao invés de ser puramente racional.

Pelo amor de Deus! É preciso entender que os corações se expressam em vocabulários diferentes e, assim sendo, não há posturas ou atitudes que sejam plenamente eficazes. A única linguagem universal é o amor, porque ele se sobrepõe à maioria dos eventos negativos, quando verdadeiro. Isso significa dizer que as análises de todas as situações deveriam ser relativizadas antes de se iniciarem os “conselhos” generalistas e com aquela pitada irritante de autoajuda sobre autoestima, se amar, se respeitar, se preservar, etc. Precisa-se ser menos insensível e observar, inclusive, que a outra pessoa poderia, sim, estar se traindo se – e somente se - agisse conforme indicação diversa à que diz seu coração, afinal, cada um sabe de si e deve, por isso, agir conforme a sua necessidade. O ritmo do aprendizado, claro, será proporcional à eficácia das atitudes, assim como as conseqüências sofridas, mas ser LIVRE é, justamente, poder escolhê-las e, nessas horas, a última coisa de que se precisa é do julgamento de quem quer que seja.

Tudo bem. Concordo que se eu optasse pelo estilo de vida 100% autossuficiente e esperasse menos da humanidade, decerto sofreria menos com decepções e desamores, mas não consigo fugir dos brados do meu interior, que me dizem, diariamente, que as pessoas foram feitas para o convívio e para estarem juntas. As conquistas pessoais não precisam estar desprendidas de tudo isso, como se fosse preciso reencarnar duas vezes em uma mesma vida para se realizar profissionalmente e emocionalmente. Então, segue a pergunta: por que razão eu deveria passar o resto dos meus dias lutando para combater o que me parece tão óbvio e natural?
Respostas possíveis:
A. porque as pessoas se desacostumaram a confiar e a merecer umas às outras?
B. porque toda a liberdade e autossuficiência que se impõem apresentam-se como alternativas tentadoras o suficiente para que se desaprenda os conceitos de amor, fidelidade e cumplicidade?
C. porque é mais cômodo ter apenas a sua vida para se preocupar e ninguém para te fazer abrir concessões?
D. todas as alternativas anteriores.

Onde foi que eu me perdi nesse raciocínio? Não! Sei que sou novinha e talvez ingênua demais e que, com o passar dos anos, ainda mudarei alguns pensamentos e passarei a ser um pouco menos sentimental. Mas, até que eu mesma me convença do contrário (o que acho bastante improvável), me recuso a me obrigar a ser menos afetuosa, romântica e sensível para me adequar a esse mundo atroz e sem amor que se apresenta. Nego veementemente a ideia de precisar deixar de acreditar que posso ser feliz ao lado de alguém que me entenda e apoie, que vibre com as minhas conquistas, me seja companheiro, fiel e transparente, que me trate como realmente mereço, tenha cuidado comigo, me admire, que não seja duro ou irracional a ponto de esperar de mim perfeição e me ame o suficiente para relevar tudo quanto é natural da condição humana, que esteja numa mesma sintonia que eu, possua os mesmos objetivos e, sobretudo, que me deixe retribuir a tudo isso sem temer o sofrimento de um possível rompimento. Esse, para mim, é o pior pecado: jogar fora um grande amor ao tentar evitar sofrer, trazendo para si e para o outro um sofrimento ainda maior e precoce - sofrimento esse que talvez nem viesse, vale ressaltar.

Infelizmente, o fato é que as pessoas se bloquearam para amar e dividir. Estão egoístas, acomodadas e ensimesmadas. Não se entregam, não confiam umas nas outras, não aceitam umas às outras como são e estão sempre à procura de alguém perfeito, como se isso existisse. Ninguém anda mais a fim de se incomodar ou fazer sacrifícios por ninguém e essa, para mim, é a maior prova da superficialidade das relações que se constroem, mas se permitem destruir na primeira ventania. Tenho amigas solteiras que gostam de sê-lo, amigas enamoradas, amigas decepcionadas, amigas autossuficientes e respeito todas elas. Mas, graças a Deus, tenho amigas que encontraram seus pares e vivem relações felizes e que as completam, logicamente com tudo o que se tem direito, inclusive os pequenos percalços do percurso. E são justamente essas que me fazem continuar acreditando e pensando que, sim, eu tenho o direito de continuar a ser quem eu sou, independente das tendências da “moda” do mundo. Simplesmente porque não acredito em falsos amores infinitos que não resistem a nada, nem em relações ditas sérias, mas que são, no fundo, muito das superficiais.

Esteja à vontade quem quiser ironizar e rotular isso de “sonhar com o príncipe encantado”. Eu prefiro chamar de “acreditar no amor e na capacidade de entendimento da humanidade”.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Retomada!


Nossa! Há quanto tempo não posto nada aqui?!Tinha até esquecido que possuía este blog! Dei uma reformadinha no layout e resolvi reativá-lo.. Como estou parada há muito, com o passar dos dias, vou atualizando tudinho, incluindo blogs preferidos e etc.


Andei tão ocupada com trabalhos e mudanças na vida que acabei me perdendo de algo que sei que me faz um bem danado, mas que nunca consigo encaixar nas minhas prioridades: escrever descompromissada e livremente. Mas, agora, decidi tentar fazê-lo!

Eu JURO! ;)